Escrito por Família Theia e Sandra Quero (psicóloga e educadora parental)

Como já dizia Gandhi: “Não confunda o que é natural com o que é habitual”.

Você já parou para pensar que é muito mais natural as pessoas se conectarem de modo amoroso e respeitoso em vez de meios punitivos ou de recompensas como instrumento de coerção?

Fomos educados a falar e agir para seguir padrões sociais que, muitas vezes, podem não ser o natural para nossa personalidade. Essas formas de agir acabam se tornando habituais.

O sistema de punições também é algo que foi aprendido ao longo das gerações e se tornou habitual como forma dos pais “educarem” os filhos. Porém, o fato de algo ser habitual não significa que seja natural. É mais natural as pessoas se conectarem com respeito, amor e pela alegria de estar com o outro.

A transformação desse paradigma requer esforço e consciência de nossa parte como pais. Vale lembrar que as crianças prestam atenção em tudo, inclusive nos nossos atos.  A forma como agimos tem um impacto maior na formação das crianças do que aquilo que dizemos. Nesse contexto, o “faça o que digo e não faça o que faço” não terá validade, pois, por natureza, aprendemos copiando comportamentos. Assim, a criança conseguirá reter mais facilmente aquilo que fazemos do que o que falamos.

A mudança começa em nós.  Ser educado com seu filho é tão importante quanto querer que ele seja educado com as outras pessoas. Assim, as crianças crescem aprendendo que ser rude não é algo natural ou normal e vão perceber que não devem ser rudes com os outros ou aceitar que sejam rudes com eles.

Durante esse processo é possível que seu filho o recrimine caso você não aja conforme sua própria lição. A melhor forma de lidar com isso é encorajá-lo, dizendo que ele realmente aprendeu. Assumir nossos erros gera confiança, afinal ninguém é perfeito, não é mesmo? O importante é o esforço que fazemos para nos tornamos melhores. Os erros são ótimas oportunidades de aprendizado.